terça-feira, 16 de setembro de 2014

Lanches vendidos em frente a Uniplac atraem grande público

Há 12 anos na profissão, Gilmar afirma que o trabalho é satisfatório
Camila Paes.


Todo universitário passa pela mesma experiência: Não ter muito dinheiro no bolso, estar cansado e com fome por causa da rotina caótica e, por essas e outras razões, acaba consumindo os mais diferentes tipos de lanches, principalmente os rápidos que são vendidos em trailers localizados nas portas das universidades.

De segunda à sexta, a partir das cinco e meia da tarde, um carrinho puxado por um carro do modelo Rural Willys, com uma antena anexada, estaciona próximo ao portão principal da Universidade do Planalto Catarinense - Uniplac. Dele saem três pessoas: Uma mulher, um jovem e um senhor que aparenta estar nos seus sessenta anos. Os três montam acampamento no local, e arregaçam as mangas para mais uma noite atendendo os alunos da Universidade.

Jessica, Gilmar e Maycon são vendedores de lanches como cachorro-quente e hamburguers e, todos os dias até às 22h30 da noite, eles atendem os mais diversos clientes. Uma quantidade significativa desses lanches é produzida toda noite. Segundo Gilmar - percursor da ideia junto de sua falecida esposa - o dinheiro arrecadado nas vendas e suficiente para os três.

As vendas começaram em 1998, somente com a produção de cachorros quentes, mas foi se adaptando com os anos, até chegar a sua forma atual.

A ideia principal destes lanches é a facilidade e praticidade. Em menos de cinco minutos, seu cachorro quente (que custa em torno de R$ 4, dependendo do tipo) está pronto e você pode saboreá-lo em uma das mesas dispostas em frente ao trailer. Uma pessoa prepara e aquece o pão, enquanto a outra fica na chapa para fritar o hambúrguer (caseiro ou não, a escolha é do cliente) e as salsinhas, e a terceira pessoa se encarrega da montagem dos lanches.

Todos os três servem e também cobram, limpam e conversam entre si. Sem anotações, Jessica lembra exatamente o pedido feito anteriormente apenas ao olhar para o cliente. A rapidez e agilidade passam despercebidas pelos universitários cansados de suas rotinas exaustivas.

A Universidade do Planalto Catarinense oferece em seu Centro de Convivência três lanchonetes variadas, além de uma agência do Banco Santander, uma papelaria, dois salões de beleza, uma empresa de cópias e uma livraria. As razões pela qual muitos alunos trocam o local pelos trailers ao ar livre é muito variada. Pode ser pela grande movimentação na hora da pausa, pelo preço mais barato que se consegue lá ou até mesmo pelo simples fato de preferirem um lanche preparado na hora.

Segundo o estudante de Engenharia de Produção, Jean Costa, de 21 anos, a escolha está relacionada com o bom atendimento e com a convivência que é criada com os vendedores. Ele olha para Gilmar e brinca: "Não é tio Gil!? Tô aqui todos os dias".

Quando se trata de preferências e maneiras criativas de aumentar a renda familiar, vale tudo. No fim da noite, os três terminam de organizar o trailer, fecham as portas - que segundo o flamenguista Gilmar, se dependesse dos clientes ficariam abertas até a madrugada - e partem rumo ao lar, cansados, mas satisfeitos com a produção e a conquista de mais um dia de trabalho.


Gilmar atendendo alunos na hora da pausa. (Foto: Camila Paes)

Trailers são fechados para fiscalização e deverão passar por adequação


Na quarta-feira, 3, a fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente fechou os estabelecimentos que se mantinham em frente as Universidades.
Segundo o Secretário do Meio Ambiente, Mushue Hampel, a intervenção se deu devido a necessidade de adequação desses estabelecimentos para mais segurança e qualidade no atendimento ao público.
Gilmar Mendes, proprietário de um dos trailers, se mostrou surpreso com a intervenção. Afirmou em entrevista ao Correio Lageano que não houveram avisos prévios e que ele possui uma licença, tirada em 2012, para a liberação do serviço.
Em reunião, acontecida na quinta-feira (4), ficou decido que os carrinhos poderão voltar as suas rotinas de trabalho e passarão por uma regulamentações gradativas. Por enquanto, todos continuarão a trabalhar com alvarás provisórios.

GRUPO: A

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